terça-feira, 18 de abril de 2017

13 Motivos para não jogar a Baleia Azul – Que tal lutar pela preservação da Arara Azul?

É preocupante a repercussão do Jogo da Baleia Azul entre os jovens brasileiros. Mais preocupante ainda é perceber o desconhecimento dos pais sobre esse macabro jogo que se viralizou pelas redes sociais.

Para quem não conhece, o Jogo da Baleia Azul é composto por uma sequência de 50 desafios, tendo o suicídio como etapa final, sugerindo que, para vencer o jogo, o adolescente deverá ter êxito na tentativa de tirar a sua própria vida.

No Brasil, já são dois casos de suicídio - um em Mato Grosso e outro na Paraíba-, bem como uma tentativa de suicídio no Rio de Janeiro, todos sendo investigados pela polícia.

O referido jogo teria sua origem na Rússia, a partir de uma “Notícia Falsa” publicada por um jornal estatal e que acabou tendo grande repercussão entre jovens e adolescentes.

Por coincidência ou não, o jogo torna-se notícia no Brasil num momento em que um seriado de televisão está chamando a atenção desse mesmo público. Trata-se do seriado 13 Reasons Why - ou “Os 13 porquês”, cuja temática é a história de uma adolescente que, em função de problemas na escola, comete suicídio aos 17 anos de idade.

O seriado, produzido pela Netflix, é baseado no livro de mesmo nome, lançado nos EUA em 2007 e que chegou no Brasil em 2009. Em 2011, o livro figurou entre os mais vendidos, segundo o New York Times.

Embora entenda a importância da discussão sobre a temática do bullying nos meios sociais, a série enfatiza mais o drama de sua protagonista – Hannah Baker - e seu plano para fazer com que 13 jovens sintam-se culpados por sua atitude desesperada. Antes de sua morte, Hannah deixa 13 fitas K7 gravadas com narrativas que, em tese, justificariam o seu ato. Cada fita trata como uma pessoa específica “contribui” para o desfecho trágico da história.

O suicídio, independente do motivo, pode ser visto como uma ação inconsequente e egoísta. Mas também merece atenção e as demonstrações a esta tendência devem ser identificadas e tratadas. 

No seriado, porém, a protagonista evolui de vítima à heroína, construindo um argumento a partir de 13 motivos - muitas vezes, com significado ampliado pela protagonista - e mostrando a morte com uma forma de vingança de todos que, de alguma forma, lhe fizeram algum mal.

A banalidade de muitos dos motivos apresentados e o argumento demonstram a falta de importância com a própria vida, a falta de perspectiva de futuro, o exagero dado a algumas questões - o que é típico do comportamento adolescente-, bem como a incapacidade de perceber-se como parte de um todo, e não como o “centro do universo”.

De uma forma ou de outra, o jogo da Baleia Azul e o seriado conquistam adeptos, o que pode ser bastante preocupante, se tal refletir que um certo tipo de personalidade está sendo esculpida em uma parcela da população de adolescentes. Essa discussão precisa ser estabelecida nas escolas e pelas famílias, de preferência, tendo os próprios jovens como protagonistas da discussão, para que, enquanto educadores e/ou familiares, possamos compreender como eles estão tratando essas questões e qual a valoração dada para a vida, sua ou dos outros.

A partir dessa discussão, poderíamos elencar 13 motivos que justifiquem a existência de cada um desses jovens indivíduos, que possam trazer razão para viver, independente do quanto o mundo possa ser injusto, independente das frustrações, dos desencantos e das dificuldades da vida. Para que o jovem perceba que o mundo não é feito somente de coisas boas e que é no enfrentamento de nossos problemas diários que conseguimos desenvolver a maturidade e a força para enfrentar os futuros desafios.

Na eterna guerra entre o bem e o mal, existem várias batalhas que precisam de ferozes combatentes. A fome, o fanatismo, a pobreza, o desrespeito com o próximo, o desfazimento dos valores humanos, a corrupção, o desfazimento das relações familiares, o consumismo, o racismo, as desigualdades, o preconceito, o desamor e a preservação da natureza e de suas espécies vivas, tal como da Arara Azul, são exemplos de combates que necessitam de jovens guerreiros, bastando apenas que encontrem e se alistem no exército correto.

E precisamos mostrar o quadro completo da vida a eles.

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Quem sou eu

André Luiz Monsores de Assumpção é matemático, educador, professor universitário e escritor. Mestre em Educação Matemática. Foi Coordenador dos cursos de Licenciatura em Matemática e Licenciatura em Pedagogia, Pro-Reitor de Graduação do Centro Universitário, Diretor Geral de IES e Gerente Acadêmico. Consultor educacional. Alice Soares Monsores de Assumpção é advogada, professora universitária e de cursos preparatórios para concursos, graduação e pós-graduação, assessora legislativa e consultora. Mediadora Judicial. Mestre em direito pela UERJ.